O Samba é bom, melhor sou eu que gosto dele!

sexta-feira, 9 de abril de 2010 às 4:46 PM
De nós tudo em mais um dia postagem, ou seja, mais um dia que fomos ao mesmo evento para construir várias interpretações dos fatos. O dia é 07 de abril, e devo desculpar-me pelo atraso na publicação do texto, mas foi por um bom motivo, dia 08 foi meu aniversário, e me reservei o direito de não trabalhar, não escrever e nem sequer aparecer na faculdade.

Enfim, vamos ao que interessa: o fato. E, de fato, o fato é o dia 07 de abril, uma quarta-feira cheia de emoções, lembranças e expectativas. Nem sei bem por onde começar, as técnicas jornalísticas exigem que comecemos pelo mais importante, mas o dia 07 teve coisas muito importantes.

Bem, comecemos, então, pelo fato mais antigo. Um ano antes, 07 de abril de 2009, nessa manhã morria um dos maiores compositores de música popular do Maranhão. 07 de abril de 2010, uma data que marcou um ano da morte do compositor e cantor maranhense Antonio Vieira. Pela cidade não vi nenhuma referência sobre a data, os jornais e sites locais também deixaram o fato cair no silêncio revoltante do esquecimento. Um artista com mais de 300 composições, sambas que retratam a vida cotidiana do povo, as manifestações da cultura popular e as histórias de um homem que viveu buscando suas inspirações no centro histórico de São Luís.

Após uma recordação merecida ao mestre Antonio Vieira, fomos ao encontro de outro mestre. José Marques de Melo, doutor em comunicação, quase 50 anos de história no jornalismo. Toda essa história foi dividida com os alunos do curso de comunicação em uma palestra realizada no auditório do jornal O Imparcial, que marcou o início das comemorações dos 40 anos do curso de comunicação da Universidade Federal do Maranhão.

Crítica afinada, bom humor e muitas experiências, talvez esse seja um bom resumo do que foi a palestra do professor Marques de Melo. Ele traçou, de forma brilhante, o percurso histórico da televisão no Brasil, desde sua chega em 1950 até os dias de hoje.
Após a palestra, Nós tudo encerramos a noite ao som do samba. Em um dia que relembrávamos o maior sambista maranhense, Mestre Antonio Vieira, fomos até a praça Maria Aragão, no Centro da cidade, conferir o show da cantora, segundo ela própria nascida no Maranhão, Alcione Nazareth.

O show foi para a gravação do DVD da cantora, a praça estava lotada (mas lotada mesmo, inclusive a praça Gonçalves Dias que fica ao lado estava tomada de pessoas), e as músicas ecoavam pelo Largo dos Amores e chegavam aos meus ouvidos com uma estranheza inconfundível. 07 de abril, um ano da morte do Mestre Antonio Vieira, maior sambista maranhense, e uma das praças mais importantes da cidade estava lotada de pessoas admirando sambas que retratavam, em sua maioria, a cidade do Rio de Janeiro.

É estranho! Uma maranhense que trouxe ao palco os cantores Simoninha, filho do Wilson Simonal, e a banda Revelação para dividirem a cena, em uma noite na qual o esquecimento foi o palco principal para mim.

“Antonio Vieira foi um marco na história da música do nosso Estado. Para nós, cantores que vivemos da arte foi uma grande perda. [...] E que nós possamos guardar essa memória e preservá-la com muito respeito no Maranhão”, só para registrar, esse foi o depoimento da cantora Alcione, exatamente a um ano atrás, em entrevista ao portal Imirante.

Por falar em Mirante, o Governo do Estado foi um dos apoiadores da gravação do DVD da cantora Alcione, e ao final da festa teve a participação da Companhia Barrica. Não que estes fatos tenham alguma relação entre si.

Enfim, véspera do meu aniversário, esse foi o dia 07 de abril de 2010. De Antonio Vieira à Alcione, passando pelo Professor Marques de Melo. Como diz uma amiga dos tempos do Centro de Cultura Popular: “O importante é participar, não importa como!”. Valeu e até a próxima.

1 Responses to O Samba é bom, melhor sou eu que gosto dele!

  1. Anônimo Says:

    Em 2007 fiz um trabalho sobre o Mestre Antônio.

    O 'esquecimento' retratado no texto doeu.